sábado, 10 de dezembro de 2011

A toga e a Fofoca

A toga e a Fofoca

 01
Certa vez um matuto
Por nome de Juvenal
Fez um grande discurso
Em campanha eleitoral
A todo povo agradou
Menos a um certo senhor
De anel no dedo postado
Quis me prender por fofoca
Pra nossas leis não importa
Pois nelas isso é vetado

02
Fui protegido por ela
Santa constituição
Que livrou-me de uma cela
E da toga sem coração
Que cismou com meus relatos
Me dispensando maus tratos
Negando minha opinião
Vixe! Quanta maldade
Era o juri de Pilatos
Diante da multidão

03
Eu não disse palavrão
Nem falei nenhuma ofensa
Ora o que seria do homem
Se não fosse sua crença
Jesus disse a verdade e morreu
Quanto mais o pobre d"eu
Do contrário me convença
Dizer a verdade não é feio
E até onde se pensa
não é crime nem doença

04
Me prender a toga era capaz
Só não pude me conter
Com a fofoca do Caifaz
Fraco,covarde,nefasto
Baba ovo e puxa saco
Da injustiça poderosa
Alma desumana e desonrosa
Não mereces quem te acúda
Tens a face odiosa
Igualmente a de Judas

05
Não me fiz de rogado
Ligeiro atendi o chamado
Dáquele Senhor dos anéis
Levei aquele esculacho
Por causa daquele safado
Que não vale nenhum réis
De espírito é  um coitado
Irás sofrer um bocado
Na inversão dos papéis

06
Quando na sala entrei
Dei de cara com o Doutor
Que me olhou atravessado
E em seguida bradou
Há! Então é o senhor
Que se chama Juvenal
Que anda metendo o pau
A quem não lhe deve favor?

07
Ele disse fique tranquilo
Não falei nada d"aquilo
Foi um cabra que inventou

08
É porque vou lhe prender
Num tem Doutor que lhe solte
Você vai se arrepender
De ter brincado com a sorte

09
Ô Doutor brabo do cão
Eu já vi cabra valente
Mais igual a esse não

10
Seu Doutor sou verdadeiro
E não sou de esculhambar
Não fale do meu cabelo
Se não vou lhe processar
Discriminação é crime
Portanto doutor não se anime
Queira por favor me respeitar
Não sou do mundo dos nobres
Mas não é porque sou pobre
Que o senhor vai apavorar

11
Ele veio fumaçando
Lendo o  código penal
Achou que estava me assombrando
com aquele carnaval
Falou mal do meu partido
Prova de que estava perdido
Diante da confusão
Juro por meu padim Ciço
Que ele estava a serviço
Da outra coligação

12
O Doutor deu um piti
Em seguida eu saí
Sem se quer olhar pra trás
Me sentindo humilhado
Mas também realizado
Pôis provei o meu valor
Estando errado eu me rendo
Estando certo nem fudendo
Eu me tóro pra brabão
Mesmo que seja um Doutor.

13
Agora vou encerrar
Como disse Renato Russo
Não me entrego sem lutar
Tenho ainda coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então.

G.Poeta.

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