terça-feira, 3 de julho de 2012

Para Wagner de D. Lúcia

Wagner brigou de frente
Com a danada da morte
Ela não teve sorte
Ele saiu vencedor
O cabra é valente demais
Além de ser bom rapaz
Agoira também é herói
Falo sem brincadeira
Na verdade ele é madeira
De lei que cupim não rói.

Genivalpoeta.

Homenagem a Catolé

Sou um vaqueiro afamado
Do Agreste ao Sertão
Por pegar boi mandingueiro
No meu cavalo e de mão
Fui expulso da fazenda
Porque eu tomei por prenda
A filha do meu patrão

Êi êi gado ô...

Juntei logo minhas coisas
E me despedi do gado
O patrão me deu as contas
E eu sai bem apressado
Pedi perdão a família
E roubei a sua filha
Pra viver junto ao meu lado

Êi êi gado ôô...

Isso é parte de uma toada que fiz pro meu amigo, o grande vaqueiro, Ulisses Torres Catolé.
Genivalpoeta.

Na Serra do Ororubá

Na Serra do Ororubá
Existem muitos encantos
Pássaros de belos cantos
Cachoeira cortando a Serra
O vento, o verde, aterra
Animais a passear
Tranquilos sobre o torrão
Lembrei o cacique Xicão
Que morreu pra defender
Sua gente, o seu lugar

Com tristeza no olhar
Índio chora e lamenta
De viver sob a tormenta
Da barriga enfastiada
No prato não há nada
Pra entreter as crianças
Só resta uma esperança
É a chuva poderosa
Trazer fartura milagrosa
Pro índio se alimentar

genivalpoeta.

A chuva

A coisa mais linda do mundo
Lhe digo seu doutor
É a neve cobrindo a serra
E um vaqueiro aboiador
Fazendo verso pra chuva
Que anuncia que chegou
A fartura pra espantar
A seca que causa dor
E bebia a lágrima quente
Dos olhos do meu amor.

Adoro!

Teu cheiro era hipnótico
Teus olhos minha vida 
Tua boca tinha calor
Teu corpo minha jazida
Por isso morri de dor
No dia da despedida.

aria Alegria

Conheci a alegria
A quatro anos nasceu
Parece que foi ontem
E vejam como cresceu
Ela se chama Maria 
Presente que Deus nos deu

mote tirado do interpoética

Já perdi muitos cumpadi
Pra terra que todos vão
Raul,Renato,Gonzagão
Eu só vou depois de cem
Quando não tiver mais ninguém
Pra comigo se abufelar
Neste caso subirei então
Pra não fica aqui sozinho
Na terra é difícil um ninho
Mas no céu tem de cancão

Perceber,conhecer e adaptar

Pessoas deficientes
Merecem todo respeito
Que qualquer outra pessoa
Acabem com o préconceito
Perceba,aceite e adapte
Pro mundo ficar perfeito

Voz

Eu adoro as palavras
O som de cada voz
De viver ladeado
Por pessoas como nós
Que valorizam a vida
E repudia coisa atroz

Crianças pedacinhos do céu

Observem as crianças
Vejam quão belas são
Suas conversas e gestos
Amacia o coração 
De quem vive amargurado
Sem rumo e sem direção

E se num for eu segui

Meu cabelo é estranho
Porque sou mameluco
Tenho um orgulho danado
Porque sou de Pernambuco
Jamais deixo minha terra
Mesmo que esteja caduco

coisas

Coisas sem utilidade
É a função do cupim
Mulher falsa e coiseira
Advogado ruim
Burro brabo, cana quente
Gente besta com pantim.

Pra quem sente saudade

Hoje estive pensando
Nos beijos que te dei
Acreditava não ter fim
Confesso que me enganei
E hoje só resta saudade
Daquela que eu amei

Mais uma pra chuva

Logo que raiou o dia
A aurora trouxe um presente
O sol que tímido surgia
Com raios ignescentes
Que com a chuva se unia
Num abraço frio e quente

Coisas que faço pra exercitar

Logo que raiou o dia
A aurora trouxe um presente
O sol que tímido surgia
Com raios ignescentes
Que com a chuva se unia
Num abraço frio e quente


Agora estou contente
A chuva esfriou o chão
Bem-vindo seja o inverno
Xausinho para o verão
Que o verde cubra a serra
Dando vida a plantação.