quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Encontro de Genival com Paulo Debétio

No aniversário de Poção, dia 29/12/11, houve o encontro dos poetas e compositores Genival e Paulo Debétio. Durante o descontraído encontro houve uma interação de poesia e música com Debétio, músicos e produção. Genival presentiou Paulo Debétio com a poesia "Mulher eu sei", poesia essa que foi composta enquanto ele houvia a música "Nuvem de lágrimas" de Debétio, que retribuiu com CD autografado da sua nova turnê "Pelas ruas do Brasil".

Paulo Debétio, nascido em Pernambuco, natural de Poção, passou pelo Paraná e por São Paulo até imigrar de vez no Rio de Janeiro em 1965. Seu primeiro samba "Eu, avenida e você" foi gravado por Roberto Ribeiro. Suas composições fazem parte da história das telenovelas: "Tieta" - Trilha de abertura da novela Tieta, "Uma nova mulher", trilha da novela Tieta, "Nuvem de lágrimas", trilha da novela Barriga de aluguel, " Meu amor não vá embora", trilha da novela Tropicaliente, "Idas e voltas" e "Estrelas de outubro", trilhas da novela Arapongas.


Andersonn Magalhães, o poeta Genival e Paulo Debétio



terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A TOGA VACILANTE

É Doutor!
É fácil me chamar de criminoso
Falar do meu cabelo diferente
Eu não tenho cargo honroso
Também não sou delinquente
Pois me trate feito gente
Eu sou trabalhador
Nunca roubei nem matei
Nem devo nada ao senhor

Mas doutor!
Onde foi que eu errei
Se meus impostos paguei
Porque min tomas assim
Não sou pessoa ruim
E vivo de minha labuta
Nunca peguei no alheio
Sou produto do meio
E portanto filho da luta

Há Doutor!
Não adianta min prender
Tenho as mãos limpas
E a alma imaculada
Tu não podes fazer nada
Mesmo com tanta poder
Pode até me trancafiar
Mas me proibir de pensar
Há! Isso eu quero ver

Doutor,doutor!
Sem autoritarismo
Sou um homem de bem
Isso ficou claríssimo
Sei que não tenho um vintém
Mas não humilho ninguém
Isso eu posso provar
Se quiser prova concreta
Então mande me investigar

Sabe Doutor!
Não vais encontrar nada
Sua acusação é uma lorota
Me acusas baseado em fofoca
Subestimando minha inteligência
Saiba que eu tenho ciência
Que em nossa legislação
Fuxico então é vetado
não vale de nada não

Hê! doutor!
Dê uma olhada nos anais
Amoleça esse seu coração
Porque nós somos iguais
Perante a constituição
Preconceito sim é crime
E saímos daquele regime
Onde tudo era repressão

Doutor!
Eu já tô me aperreando
Sua voz tá min arretando
toda hora em meu houvido
Diz que vai min prender
Me chamando de atrevido
É bom esclarecer
Vá cuidar do seu dever
Eu não sou nenhum bandido

Doutor,doutor!
Não me mande calar
Não fiz nada de errado
Nem estou lhe ofendendo
Não sou mal educado
Só estou me defendendo
Pois se eu ficar calado
O senhor acaba min prendendo

Ora doutor!
Como não há quem me solte
Tá desconhecendo a lei?
Eu não lhe subestimei
Portanto não me subestime
Se errei pago o que for
Só quero lembrar ao senhor
Já saímos daquele regime

Doutor!
No Brasil não há perpétua
Nem também pena de morte
Mas sei que prevalece
Geralmente a lei do forte
Mas quero ser exceção
E conto com a razão
Pra não cair em má sorte

Pronto Doutor!
Assino meu depoimento
E saio de cabeça erguida
De riqueza só tenho a vida
Por isso fui tão humilhado
Hoje o meu sentimento
é de ter sido condenado
Por um ação truculenta e descabida.

Genivalpoeta.