terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O Doido Na Procissão


O Doido Na Procissão
Pesqueira sempre teve doido
Cada um mais engraçado
Doido rico doido pobre
Doido Manso doido brabo
Doido gordo doido magro
Doido feio doido bonito
Doido baixo doido comprido
Tinha também doido viado
E até doido barrido
Mas o doido em questão        
Era um doido rezador
Não perdia procissão
Nem ofício nem louvor
Terço missa romaria
Pois o doido não perdia
Nem que lhe dessem dinheiro
No domingo ia ao cruzeiro
Rezar pra virgem Maria
Não podia ver uma beata
Coroinha padre ou sacristão
Pro doido em ladainha
Abrir logo o vozeirão
O doido se divertia
Cantando com emoção
O meu coração
É só de Jesus
A minha alegria
É a santa cruz
 4º
O doido se arretava
Se lhe botassem apelido
Não era um doido brabo
Até que era tranqüilo
Aliás, muito pacato
Mas se acaso um gaiato
Lhe chamasse Grão de bico
Se ouvia o estampido
É o cu da mãe!
Palavrão desse tamãe
É tamãe absurdo!
Invés dessa atitude
É mió ficá mudo
Grão de bico
Isso é besteira
Dizia a rezadeira
O doido da mesma maneira
É o cu da mãe!
 
Aos cinco de fevereiro
Pesqueira se enfeitava
Gente do mundo inteiro
A todo instante chegava
Pois aquela gente ávida
Vinha pagar sua promessa
Na festa de santa Águeda
E o doido na procissão
Imagine a confusão
Que ali se esperava
A procissão se arrastava
Pelas ruas da cidade
Gritos de "louvado seja"
Se repetia a vontade
Beatas puxavam reza
As moças levam velas
O padre dizia os benditos
O doido carregava o andor
Quando um gaiato gritou
Em toda altura grão de bico
 8º
Os moleques deram uns gritos
Alguns dando risada
O doido com os olhos compridos
Preferiu não dizer nada
Pois tinha soltado o andor
E o microfone empunhava
E com voz de trovador
Puxava aquele louvor
Que era o que mais gostava
Enquanto o doido cantava
Morria de raiva por dentro
E os gaiatos se esbaldavam
Grão de bico, grão de bico
A toda hora dizendo
E a multidão que acompanhava
Nem se quer desconfiava
Do que estava acontecendo
E o doido se fazendo
De cabôco Malu vido
 10º
No momento do refrão
A multidão e os gaiatos
Vendo o doido empolgado
Gritam juntos em toda altura
Grão de bico, Grão de bico!
E sem perder a compostura
O doido fez que nem via...
O meu coração É só de Jesus
A minha alegria
É a santa cruz
11º
O doido se preparava
Para encerrar o refrão
Alguém gritou Grão de bico
E sem interromper o bendito
Responde com precisão
O meu coração
É só de Jesus
Aminha alegria
Grão de bico
É o cu da mãe                       Genival Poeta.

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